Ganhar um cargo de
desembargador no Brasil, seja por mérito ou indicação política, é uma garantia
permanente de salário milionário e mordomias. Os privilegiados não sabem o que
é calor de 40 graus, porque trabalham em palácios suntuosos e muito bem refrigerados.
Sem contar o exército de funcionários para prestar serviços nas horas próprias
e muitas vezes impróprias. É a mais expressiva desigualdade, que faz do
judiciário brasileiro o andar de cima. Do topo desta pirâmide, para enxergar o
cidadão é preciso esforço e olhar para baixo.
Um advogado na cidade de
Campos-RJ, que precisava sepultar o pai de 94 anos ontem (dia 16), enfrentou
uma fila de cinqüenta pessoas num cartório fétido. O atendimento foi
péssimo. Para conseguir o documento poucas horas antes do enterro, foi
preciso pedir clemência a mais de 30 pessoas para furar uma longa fila. Caso a
burocracia continuasse emperrando o enterro, ele teria que encontrar um juiz de
plantão para autorizar. Parece coisa de dois países distintos, mas o episódio
expressa o Brasil da maioria que se mantém a léguas de distância do país que
afaga a minoria de toga.
Reprodução do Blog do
Roberto Barbosa / Viu! Online (AQUI)
0 COMENTÁRIOS:
Postar um comentário