O projeto do deputado estadual Wagner Montes (PDT) - segundo o qual policiais, bombeiros e agentes do Desipe passariam a ostentar publicidade em seus uniformes, como o 'Informe do Dia' noticiou ontem - saiu da pauta de votação da Alerj. A proposta chegou a entrar na lista de discussões para ser votada hoje, mas foi retirada a pedido do próprio parlamentar. Segundo a assessoria do deputado, o texto é de 2007 , se baseava nas necessidades dos agentes na época e entrou em pauta automaticamente.
Segundo o projeto, os servidores exibiriam nas costas as marcas de 'patrocinadores', assim como as camisas de jogadores de futebol. As empresas interessadas poderiam até escolher um ou mais batalhões ou delegacias para exibir suas marcas. A publicidade renderia aos policiais um benefício no valor de um salário mínimo.
A assessoria de Wagner Montes explicou que o deputado retirou o projeto da pauta porque precisa fazer uma reformulação e saber as atuais necessidades dos agentes públicos antes de reapresentá-lo. Ainda de acordo com a assessoria, o parlamentar teria elaborado a lei em uma época em que os servidores não recebiam gratificações e os salários não tinham aumento.
O comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, não concorda com a ideia de publicidade nas fardas. «Não sei como poderia ser aplicável à PM porque fere o regulamento. Pelo estatuto, não se pode fazer alterações na farda. E como poderíamos controlar o tipo de propaganda? Não dá para misturar algo que não se adequa ao nosso trabalho». Porém, o oficial ressaltou o interesse da proposta pela qualidade de vida dos policiais. «Ficamos felizes em saber do interesse do Poder Legislativo pela melhoria de vida e salários dos policiais».
A chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, não comentou o assunto.
'Erros prejudicariam marcas'
Professor de marketing e marcas da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Marcelo Boschi foi categórico: «Não recomendaria a nenhum cliente investir nesse tipo de mídia». Para o especialista, os erros cometidos por policiais em operações ou as frequentes denúncias de más condutas poderiam prejudicar as marcas. «A marca tem que ser cuidada. Se for atrelada à algo que pode ter potencial negativo, pode prejudicar seriamente».
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