
“Esperidião foi meu diretor e conselheiro quando presidi a Academia por dois anos. Ele me dava bons conselhos. Cronista do dia-a-dia, ele era um observador – não só das coisas materiais, mas do humano.”, comentou, no local do velório, o escritor Herbson Freitas, também membro da ACL.
Para o acadêmico Vilmar Rangel, Esperidião era, antes de intelectual, um comerciante muito estimado, que tratava os clientes como amigos. Vilmar ressaltou um fato da vida de Esperidião: o descendente de libaneses viu a própria esposa nascer, seguindo a tradição libanesa através da qual um pai indica o amigo para se casar com a filha. “Ele a esperou [Sayer] chegar à idade de casamento para se casar com ela. Isso eu achei muito bonito na história deles.”, Vilmar fez o destaque.
Esperidião foi um comerciante tradicional de Campos, assinando a direção da popular Casa Fadul. “Ele se tornou um profissional muito respeitado. A Casa [Fadul] é uma das mais antigas do comércio. E ele sempre foi um homem de muita cultura, lendo grandes autores. E tinha vocação para artigos e crônicas, passando a ser colaborador dos nossos jornais, de uma forma equilibrada.”, relatou Vilmar.
O acadêmico também contou alguns pontos da vida de Esperidião no mundo das Letras. De acordo com Vilmar, Esperidião foi indicado por Gilda Wagner Coutinho para concorrer à eleição de membro da ACL, sendo eleito. Esperidião escreveu o livro “Outonais”, que apresenta o prefácio assinado pela acadêmica Arlete Sendra e a apresentação feita por Vilmar Rangel. “Outonais” é uma coletânea de registros de passagens da vida de Esperidião. “Passagens autênticas e textos contendo observações sobre a vida, de uma forma geral; sobre os costumes... Os temas eram bem gerais, não seguia uma linha única. O que ficou dele foi esta elegância de escrever.”.
Fonte: Folha da Manhã
Blog comenta- Grande perda para todos campistas, era um homem de bem, que Deus conforte toda a familia.
Fazendo uma pesquisa on-line, encontrei esta matéria sobre a morte do escritor Espiridião Fadul, meu colega na Academia Campista de Letras. Emocionada reli um poema que fiz ao saber a notícia da sua morte, tão sentida por mim e todos da ACL. Veja abaixo, Fabrício.
ResponderExcluirUm abraço.
Heloisa Crespo
(heloisacrespo@gmail.com)
OUTONAIS
A Espiridião Fadul
Já não está entre nós
o escritor e o poeta.
Mais um que nos deixa órfãos
na Academia de Letras.
O céu está em festa.
Campos está de luto.
Não vejo, mas imagino
a alegria dos poetas
com a chegada de Fadul*,
carregado pelos anjos.
Mais um para fazer parte
de saraus celestiais.
Educado e elegante,
discretamente presente,
registrava o que via
nas crônicas que escrevia
de maneira tão poética!
Muitas foram reunidas
no seu livro ‘Outonais’.
Ironia ou coincidência
no outono ele se vai...
Heloisa Crespo
13/05/2012