Morre o comerciante Esperidião Fadul


O mundo das Letras e o ramo do comércio acabam de perder um de seus nomes mais reconhecidos: Esperidião Fadul. Na tarde deste domingo, o corpo do comerciante e membro da Academia Campista de Letras (ACL) foi velado no Cemitério Campo da Paz, em Campos, e enterrado na mesma data. Esperidião estava internado no centro médico Dr. Beda, na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A morte, na noite do último sábado, aconteceu por conta de complicações respiratórias e cardíacas. Esperidião tinha 91 anos de idade, completados no último mês de março.

“Esperidião foi meu diretor e conselheiro quando presidi a Academia por dois anos. Ele me dava bons conselhos. Cronista do dia-a-dia, ele era um observador – não só das coisas materiais, mas do humano.”, comentou, no local do velório, o escritor Herbson Freitas, também membro da ACL.

Para o acadêmico Vilmar Rangel, Esperidião era, antes de intelectual, um comerciante muito estimado, que tratava os clientes como amigos. Vilmar ressaltou um fato da vida de Esperidião: o descendente de libaneses viu a própria esposa nascer, seguindo a tradição libanesa através da qual um pai indica o amigo para se casar com a filha. “Ele a esperou [Sayer] chegar à idade de casamento para se casar com ela. Isso eu achei muito bonito na história deles.”, Vilmar fez o destaque.
Esperidião foi um comerciante tradicional de Campos, assinando a direção da popular Casa Fadul. “Ele se tornou um profissional muito respeitado. A Casa [Fadul] é uma das mais antigas do comércio. E ele sempre foi um homem de muita cultura, lendo grandes autores. E tinha vocação para artigos e crônicas, passando a ser colaborador dos nossos jornais, de uma forma equilibrada.”, relatou Vilmar.

O acadêmico também contou alguns pontos da vida de Esperidião no mundo das Letras. De acordo com Vilmar, Esperidião foi indicado por Gilda Wagner Coutinho para concorrer à eleição de membro da ACL, sendo eleito. Esperidião escreveu o livro “Outonais”, que apresenta o prefácio assinado pela acadêmica Arlete Sendra e a apresentação feita por Vilmar Rangel. “Outonais” é uma coletânea de registros de passagens da vida de Esperidião. “Passagens autênticas e textos contendo observações sobre a vida, de uma forma geral; sobre os costumes... Os temas eram bem gerais, não seguia uma linha única. O que ficou dele foi esta elegância de escrever.”.

Fonte: Folha da Manhã

Blog comenta- Grande perda para todos campistas, era um homem de bem, que Deus conforte toda a familia.
   
←  Anterior Proxima  → Página inicial

Um comentário:

  1. Fazendo uma pesquisa on-line, encontrei esta matéria sobre a morte do escritor Espiridião Fadul, meu colega na Academia Campista de Letras. Emocionada reli um poema que fiz ao saber a notícia da sua morte, tão sentida por mim e todos da ACL. Veja abaixo, Fabrício.
    Um abraço.
    Heloisa Crespo
    (heloisacrespo@gmail.com)


    OUTONAIS

    A Espiridião Fadul

    Já não está entre nós
    o escritor e o poeta.
    Mais um que nos deixa órfãos
    na Academia de Letras.
    O céu está em festa.
    Campos está de luto.
    Não vejo, mas imagino
    a alegria dos poetas
    com a chegada de Fadul*,
    carregado pelos anjos.
    Mais um para fazer parte
    de saraus celestiais.

    Educado e elegante,
    discretamente presente,
    registrava o que via
    nas crônicas que escrevia
    de maneira tão poética!
    Muitas foram reunidas
    no seu livro ‘Outonais’.
    Ironia ou coincidência
    no outono ele se vai...

    Heloisa Crespo
    13/05/2012







    ResponderExcluir