SERVIDORA DE ITALVA PODE TER SIDO ENTERRADA VIVA



Segundo a delegada titular da 145ª Delegacia de Polícia de São João da Barra, Madeleine Farias, o exame do Instituto Médico Legal (IML) feito no corpo da funcionária pública Adriana Silva Aguiar, de 33 anos, apontou vestígios de areia no pulmão, o que pode configurar que a vítima teria sido enterrada ainda com sinais vitais.  Adriana estava desaparecida desde o dia 4 de outubro e seu corpo foi encontrado, na tarde da última quarta-feira, enterrado no terreno de uma casa em Grussaí, que seria de Fernando Faria Negrin, de 24 anos, apontado como principal suspeito. A vítima foi sepultada na tarde de ontem, em Cardoso Moreira, e Fernando ainda se encontra no Hospital Ferreira Machado (HFM), pois teria tentado suicídio durante a incursão da polícia na sua casa.

Na manhã de ontem, o dentista Marcelo Marreiras Dias, profissional que atendia Adriana, esteve no IML, em Campos, onde reconheceu o corpo através da arcada dentária da vítima. O procedimento durou cerca de 10 minutos. Ainda de acordo com Madeleine, o depoimento de Fernando, que trabalhava junto com a vítima, foi colhido no hospital e ele teria afirmado ter um suposto relacionamento com Adriana. “Ele contou que os dois teriam ido para a casa de veraneio em Grussaí e que começaram a discutir, pois Adriana estaria obrigando ele a sair de casa para morar com ela. Ele contou ainda que, num momento da discussão, ela teria o ameaçado com uma faca e que, então, ele teria a esganado e por não saber o que fazer com o corpo, enterrou no quintal”, relatou.

No entanto, Madeleine informou que a versão dada por Fernando estaria contraditória, pelo fato de o exame do IML ter apontado vestígios de areia no pulmão da vítima. “Isso pode caracterizar que ela tenha sido enterrada ainda com vida”, comentou, ao afirmar que as investigações continuarão e que a hipótese de que mais uma pessoa tenha participado do crime não pode ser descartada. A delegada informou também que após ter alta do HFM, Fernando será conduzido à Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro, em Campos.

Sepultamento - O corpo de Adriana foi sepultado às 17h de ontem, no cemitério Waldir Sepúlveda, em Cardoso Moreira, onde morava com o filho de 12 anos e o ex-marido. De acordo com a amiga e advogada de Adriana, Kênia Rodrigues Quintal, a vítima nunca se envolveu com coisas erradas. “Ninguém consegue entender o porquê desse crime. Espero que a polícia faça o papel dela”, lamentou

Corpo foi encontrado próximo a alicerce

Após a Polícia Civil de Italva receber a denúncia do desaparecimento de Adriana, as investigações começaram e Fernando foi apontado como principal suspeito, pois teria dado três depoimentos contraditórios. Na manhã da última quarta, o delegado da 148ª DP de Italva, Maurício Barros, determinou que uma diligência fosse feita na casa de veraneio de Fernando, na praia de Grussaí, município de São João da Barra.

— Quando os policiais chegaram a casa, sentiram um cheiro forte e foram até os fundos. Lá, Fernando teria dito que era uma fossa. Ao entrar na casa para pegar uma pá, a fim de mostrar que era apenas uma fossa, ele pegou uma faca e se cortou no pescoço — explicou Madeleine, ao afirmar que o suspeito irá responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Após cerca de três horas de escavação, o corpo foi encontrado a dois metros de profundidade próximo ao alicerce de um imóvel que estava em construção.
 
Letícia Manhães e Mário Sérgio
Fonte Folha da Manhã
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