QUE PAÍS É ESTE? Por Roberto Barbosa



Ganhar um cargo de desembargador no Brasil, seja por mérito ou indicação política, é uma garantia permanente de salário milionário e mordomias. Os privilegiados não sabem o que é calor de 40 graus, porque trabalham em palácios suntuosos e muito bem refrigerados. Sem contar o exército de funcionários para prestar serviços nas horas próprias e muitas vezes impróprias. É a mais expressiva desigualdade, que faz do judiciário brasileiro o andar de cima. Do topo desta pirâmide, para enxergar o cidadão é preciso esforço e olhar para baixo.

Um advogado na cidade de Campos-RJ, que precisava sepultar o pai de 94 anos ontem (dia 16), enfrentou uma fila de cinqüenta pessoas num cartório fétido. O atendimento foi péssimo. Para conseguir o documento poucas horas antes do enterro, foi preciso pedir clemência a mais de 30 pessoas para furar uma longa fila. Caso a burocracia continuasse emperrando o enterro, ele teria que encontrar um juiz de plantão para autorizar. Parece coisa de dois países distintos, mas o episódio expressa o Brasil da maioria que se mantém a léguas de distância do país que afaga a minoria de toga. 

Reprodução do Blog do Roberto Barbosa / Viu! Online (AQUI)
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