
Picciani está sem mandato. Ele foi derrotado nas eleições de 2010 para o Senado e não é mais o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj).
- Picciani perdeu poder. Ele e o Cabral se encontram, almoçam, mas, na prática, têm cotoveladas - conta um peemedebista.
As "cotoveladas" estão ocorrendo nos principais colégios eleitorais do estado. Os dois travam uma batalha ao apoiarem candidatos diferentes a prefeito em cidades com Niterói, São Gonçalo, Macaé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Itaboraí.
Em Niterói, Picciani fará campanha para o atual prefeito Jorge Roberto Silveira (PDT). Cabral, por sua vez, prefere caminhar com os seus secretários Rodrigo Neves (Assistência Social) ou Sérgio Zveiter (Trabalho e Renda). Picciani já chamou Neves de "puxa saco".
Em Caxias, Picciani quer eleger Washington Reis (PMDB), e o governador sinaliza para Alexandre Cardoso (PSB), secretário estadual de Ciência e Tecnologia. Em Nova Iguaçu, o presidente do partido apoia o deputado federal Nelson Bornier (PMDB) à prefeitura. Cabral não gosta de Bornier. Em 2006, o parlamentar pediu votos para Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência, e, em 2010, para o também tucano José Serra. O governador - que ficou ao lado de Lula e Dilma nas duas campanhas, respectivamente -, ensaiou apoio a Vicente Loureiro, subsecretário estadual de Projetos de Urbanismo. Loureiro foi secretário no município justamente na gestão de Bornier, ex-prefeito.
A tropa de choque do PSD, liderada por Indio da Costa, promoveu um grande evento para o secretário de Cabral, Christino Áureo (Agricultura e Pecuária), pré-candidato a prefeito em Macaé. Picciani já deixou claro que deseja lançar o nome de um peemedebista.
O ápice do embate aconteceu com as recentes declarações de Picciani. O presidente regional do PMDB disse que Cabral poderia renunciar ao mandato, em 2014, para disputar novamente o Senado. Com isso, abriria brecha para que o filho, Marco Antônio, fosse candidato a deputado federal, e Pezão ao governo do estado. Cabral ficou irritadíssimo.
- O Picciani está defendendo o único espaço que ele tem hoje, que é o partido. Por isso, ele quer decidir quem será ou não candidato a prefeito nos municípios - diz um aliado. (Postado via IPad)
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