CRISE COM PETISTAS NO RIO PÕE CABRAL E PICCIANI EM LADOS OPOSTOS


A grave crise com o PT, no Rio, estremeceu o PMDB fluminense. O partido é palco para uma queda de braço entre o governador Sérgio Cabral e o presidente regional do PMDB, Jorge Picciani. Disposto a afastar a qualquer custo os petistas da aliança no estado, Picciani tentou emplacar o filho Leonardo, deputado federal, como vice na chapa do atual prefeito Eduardo Paes (PMDB), que disputará a reeleição em outubro. O posto, POR ENQUANTO, é do vereador do PT, Adilson Pires. Picciani defende a candidatura de Paes para o governo do estado em 2014. Assim, se reeleito, o prefeito teria de renunciar ao cargo na metade do segundo mandato, abrindo espaço para Leonardo. Aliado da presidente petista Dilma Rousseff, Cabral quer lançar o seu vice Luiz Fernando Pezão (PMDB) como candidato ao governo.

Picciani está sem mandato. Ele foi derrotado nas eleições de 2010 para o Senado e não é mais o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj).

- Picciani perdeu poder. Ele e o Cabral se encontram, almoçam, mas, na prática, têm cotoveladas - conta um peemedebista.

As "cotoveladas" estão ocorrendo nos principais colégios eleitorais do estado. Os dois travam uma batalha ao apoiarem candidatos diferentes a prefeito em cidades com Niterói, São Gonçalo, Macaé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Itaboraí.

Em Niterói, Picciani fará campanha para o atual prefeito Jorge Roberto Silveira (PDT). Cabral, por sua vez, prefere caminhar com os seus secretários Rodrigo Neves (Assistência Social) ou Sérgio Zveiter (Trabalho e Renda). Picciani já chamou Neves de "puxa saco".

Em Caxias, Picciani quer eleger Washington Reis (PMDB), e o governador sinaliza para Alexandre Cardoso (PSB), secretário estadual de Ciência e Tecnologia. Em Nova Iguaçu, o presidente do partido apoia o deputado federal Nelson Bornier (PMDB) à prefeitura. Cabral não gosta de Bornier. Em 2006, o parlamentar pediu votos para Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência, e, em 2010, para o também tucano José Serra. O governador - que ficou ao lado de Lula e Dilma nas duas campanhas, respectivamente -, ensaiou apoio a Vicente Loureiro, subsecretário estadual de Projetos de Urbanismo. Loureiro foi secretário no município justamente na gestão de Bornier, ex-prefeito.

A tropa de choque do PSD, liderada por Indio da Costa, promoveu um grande evento para o secretário de Cabral, Christino Áureo (Agricultura e Pecuária), pré-candidato a prefeito em Macaé. Picciani já deixou claro que deseja lançar o nome de um peemedebista.

O ápice do embate aconteceu com as recentes declarações de Picciani. O presidente regional do PMDB disse que Cabral poderia renunciar ao mandato, em 2014, para disputar novamente o Senado. Com isso, abriria brecha para que o filho, Marco Antônio, fosse candidato a deputado federal, e Pezão ao governo do estado. Cabral ficou irritadíssimo.

- O Picciani está defendendo o único espaço que ele tem hoje, que é o partido. Por isso, ele quer decidir quem será ou não candidato a prefeito nos municípios - diz um aliado. (Postado via IPad)
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