PUDIM DESCONSTRÓI ARGUMENTOS DE CABRAL


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“Desta tribuna, o Governador Sérgio Cabral ao invés de trazer a esta Casa uma mensagem ao povo do Estado do Rio de Janeiro; de fazer uma saudação ao parlamento estadual, veio aqui depois de mais seis anos de Governo ainda falar mal do Garotinho e da Rosinha, dos ex-governadores Garotinho e Rosinha Garotinho. Ele se esqueceu, Sr. Presidente, que daí desta cadeira defendeu o governo do ex-governador Anthony Garotinho” disparou o parlamentar.

O SR. GERALDO PUDIM – Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários da Casa. Gostaria de fazer um agradecimento especial a todos os parlamentares da Casa, a todos os funcionários, às assessorias dos parlamentares que, de forma muito carinhosa, nos receberam quando da minha chegada, a partir do dia 3 de janeiro deste ano.
Antes de tudo, agradeço a Deus por mais esta oportunidade, quando, passando pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, nós completamos um ciclo do Parlamento brasileiro, tendo tido a oportunidade de passar pelo Parlamento municipal, como vereador em Campos; passar pelo Parlamento nacional, como Deputado Federal, e agora, completando um ciclo, passando pelo Parlamento Estadual como Deputado pelo meu querido Estado do Rio de Janeiro.

Na pessoa do Deputado Roberto Henriques, que há pouco presidia a Sessão, quero parabenizar toda a Mesa Diretora eleita no dia de hoje para mais dois anos de mandato. O que podemos destacar é que torcemos para que esta administração seja profícua, embora estranhando um pouco, Deputado Nanci que ora preside essa Sessão, a diferença que existe em relação ao Parlamento Federal. Aqui, parece que nós retrocedemos. Com toda sinceridade. No Parlamento Federal você pode votar em um candidato que compõe uma linhagem e votar em outro que disputa em outra vaga, para voto. Aqui, como já se aboliu no passado o voto vinculado, infelizmente, eu hoje precisei me abster do voto, embora com uma vontade e compromisso de votar no Deputado Wagner Montes para 1º Secretário dessa Casa. Fui impedido de votar no Wagner Montes por conta do voto vinculado, o que não acontece na Câmara dos Deputados, onde o parlamentar tem livre oportunidade de escolha: ele pode concordar com a presidência de um partido e pode concordar com a primeira secretaria de outro partido. É perfeitamente normal na democracia brasileira que nós possamos votar separadamente nos candidatos.

Peço ao Roberto Henriques que leve o meu abraço fraterno ao Presidente Paulo Melo e que ele possa ter uma gestão profícua, ele e todos os componentes da Mesa, nesses dois anos que estão por aí.

Quero agradecer as palavras carinhosas do Deputado Luiz Paulo, do Deputado Dr. José Nanci, que também nos saudou aqui, e do Deputado Marco Figueiredo, que também nos fez uma saudação aqui neste plenário.

Sr. Presidente, eu fiquei, hoje, muito perplexo pelo que eu vi aqui. Sem fazer alusão sob o ponto de vista religioso, mas fazendo um corte histórico, a Bíblia fala de (isso serviu de exemplo para todas as gerações que vieram depois de Cristo) uma pessoa que traiu e outra que negou. Judas traiu e Pedro negou. Desta tribuna, o Governador Sérgio Cabral ao invés de trazer a esta Casa uma mensagem ao povo do Estado do Rio de Janeiro; de fazer uma saudação ao parlamento estadual, veio aqui depois de mais seis anos de Governo ainda falar mal do Garotinho e da Rosinha, dos ex-governadores Garotinho e Rosinha Garotinho. Ele se esqueceu, Sr. Presidente, que daí desta cadeira defendeu o governo do ex-governador Anthony Garotinho. Ele se esqueceu de que para ser eleito praticamente adentrou a casa da ex-governadora, o Palácio Laranjeiras, nas vésperas da renúncia dela, que já estava com suas malas prontas para sair, renunciar no dia seguinte, que era o prazo legal, que ele e o Deputado Picciani, que também presidiu esta Casa, foram ao Palácio Laranjeiras implorar à governadora Rosinha para que ela não renunciasse ao seu mandato de governadora, com medo de que o vice-governador, Conde, não cumprisse os compromissos para que ele pudesse se eleger Governador do Estado do Rio de Janeiro.

Muito me estranha um Governador conseguir reunir duas dificuldades que o ser humano tem, prescritas lá atrás por Jesus: ser um traidor e um negador. Trair porque, depois de eleito o Governador do Estado do Rio de Janeiro, o Governo de Rosinha era o pior governo que existia, mas, para que ele fosse eleito, ele dependeu do apoio do Governo da Governador Rosinha Garotinho; e negar, dizendo que o Governador Garotinho e a Governadora Rosinha eram brigões, que não tinham relações institucionais. Uma mentira! A relação do Governo do Estado do Rio de Janeiro nas duas administrações foi a mais próxima do Parlamento estadual. E ele e o Deputado Picciani – está aqui o filho do Deputado Picciani, nosso colega Deputado que pode dizer como era a relação do Deputado Picciani e do Deputado Sérgio Cabral com os dois Governos que passaram, tanto da Rosinha quanto do Garotinho.

Ora, um Governo que tinha uma relação estreita com o Parlamento estadual. Dizer que brigava com o Judiciário? Ora, quem deu a independência financeira do Poder Judiciário deste Estado? O Poder Judiciário deste Estado vivia de pires na mão, os Fóruns caindo aos pedaços, não tinham sequer computadores para trabalhar… O Poder Judiciário não tinha independência financeira para sequer fazer um prédio, tinha que ter a cerimônia do “beija mão” para o Governador ceder, e o Governador Garotinho, contrariando inclusive, naquela época, uma orientação política do ex-Governador Leonel Brizola, concedeu a independência financeira do Poder Judiciário no Estado do Rio de Janeiro, e hoje é um dos Poderes Judiciários mais bem aparelhados de todo o País.

Como é que não tinha relação, Sr. Presidente? Dizer que o Governador Garotinho e Rosinha eram brigões, que só viviam rompendo relações? Tinham uma relação com o Parlamento, tinham uma relação excepcional com o Poder Judiciário. E digo mais, dizer que foi afastado, que brigava com o Presidente da República é outra mentira!

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, quando Garotinho assumiu, todos sabem da falência que existia e quem renegociou a dívida do Estado do Rio de Janeiro, numa relação ótima com o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, foi o ex-Governador Anthony Garotinho, que, aí sim, tirou o Estado da lama na renegociação da dívida, que perdura até hoje, quando ele foi, com Pedro Malan, negociar a antecipação dos royalties do petróleo. Isso foi o que salvou economicamente o Estado do Rio de Janeiro e houve a possibilidade, aí sim, de avançar no processo de desenvolvimento econômico, inclusive, com a abertura dos estaleiros, os incentivos fiscais que trouxemos para o Rio de Janeiro para que pudessem várias fábricas aqui se instalar. Há Deputados de todas as regiões do Estado do Rio de Janeiro e eu que vão poder testemunhar. Como é que não tinha relação?

Criou o PADEM, repassando o dinheiro diretamente para os Prefeitos para que pudessem realizar obras em seus municípios.

Eu invoco aqui o testemunho, e digo mais, se o Governo do Garotinho fosse tão ruim assim, como disse aqui desta tribuna o Governador Sérgio Cabral, Sr. Presidente, a Rosinha, até hoje, não foi batida por ninguém. Ela se elegeu Governadora deste Estado sucedendo o marido, Garotinho, sendo a única Governadora mulher eleita por este Estado, a única mulher a passar da Casa dos 4 milhões de votos e a única, entre todos os Governadores, que venceu a eleição nos 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro, no primeiro turno. Ora, se o Governo do Garotinho tivesse sido isso tudo que o Governador Sérgio Cabral falou aqui, hoje, não era para acontecer a eleição da Governadora Rosinha, uma mulher que não tinha sido candidata nem a vereadora. Foi candidata a Governadora do Estado e ela foi julgada pelas obras que o marido fez enquanto Governador. E Cabral foi eleito Governador num julgamento que fizeram do Governo da Governadora Rosinha Garotinho.

Então, eu fico muito triste de ver acontecer o que eu vi aqui hoje, falando sobre a questão das relações e falando que o Governador Garotinho deixou este Estado falido, que Rosinha deixou o Estado falido. Na hora que precisa, vamos lá, depois que conseguiu não vamos lá.

O Governador Sérgio Cabral deveria fazer uma reflexão, porque o Parlamento brasileiro, em especial o do Estado do Rio de Janeiro, esperava dele hoje uma conduta republicana, uma conduta democrática, de vir aqui prestar contas do seu governo e falar das suas perspectivas para os próximos quase dois anos que ainda faltam. E eu estarei nesta tribuna, daqui para frente, trazendo luz a esse debate político que considero muito importante, mas quero deixar o registro da minha decepção ao ver aqui uma pessoa que consegue reunir duas desqualificações do ser humano: traição e negação.

Fonte: Blog do Pudim (AQUI)
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